A Gazeta de Lisboa nasceu em 1641 (o segundo diário, mais antigo na Europa). Este foi o primeiro jornal português, a ser publicado com alguma regularidade.
Contudo, a verdadeira implementação na imprensa portuguesa, só se efectiva no século XIX. Foi impulsionada pela revolução liberal de 1820, que veio anular a censura e a pressão exercida pelo Estado e pela Inquisição.
Mais tarde, ainda em pleno regime monárquico, surgem jornais como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e o comércio do Porto.
Após, este breve período de liberdade de imprensa, em 1926,com o golpe de estado militar que pôs fim à primeira república, foi restituída a censura. A imprensa só voltaria a ser livre pós 25 de Abril de 1974.
Durante o período ditatorial, ouve uma enorme repressão da impressa em Portugal. Tudo o que saía nos jornais era controlado pelos censores. Isto, a juntar com a estrema analfabetização da população e o elevado preço das publicações, levou a uma enorme dificuldade da implementação da imprensa no nosso país. Tarefa ainda mais dificultada, devido ao aparecimento da televisão nos anos sessenta.
Assim, só a partir do 25 de Abril de 1974, através de políticas de escolarização da população, com o regresso da liberdade de expressão e com uma abertura de mercado, é que foi possível um maior desenvolvimento da imprensa.
Contudo, estas políticas só se reflectiram mais eficazmente no mercado, a partir da década de oitenta, devido a várias incongruências ao nível das tendências ideológico-políticas e a nacionalização massificada dos media, (tendência que só foi revertida nesta década).
Assim, verifica-se uma nova revolução na política aplicada à imprensa. Com as privatizações na imprensa surge um aumento exponencial dos títulos no mercado. Os jornais especializados começam a expandir-se. Surgindo os títulos mais informativos, consolidando-se o estilo popular-sensacionalista, as revistas dedicadas ao público feminino e as publicações temáticas especializadas.
Estas publicações eram acessíveis, tinham uma linguagem simples e reflectiam sob assuntos que estavam dentro dos interesses da população. O facto dos portugueses terem interesses tão vastos e tão díspares revela um maior índice cultural e uma escolarização mais abrangente. Alguns estudos revelam que as revistas popular-sensacionalistas e os jornais informativos são as publicações mais consumidas pelos portugueses. O facto, de serem tipos de publicações tão diferentes revela dois tipos de público em Portugal: um virado para o sensacionalismo, com uma instrução mediana, ligado ás classes médias; o outro virado para a informação isenta, ligado às classes mais baixas mais altas.
Os hábitos de leitura dos portugueses estão a alterar-se, e isto verifica-se no número e variedade dos títulos actualmente existentes no mercado nacional, e no aumento exponencial que em geral todos os tipos de publicações sofreram ao longo das últimas décadas.